Uso quotidiano: Alfa Romeo 75 (ou 90) e o Citroen Cx Pallas

Pedro Pereira Marques

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Uso quotidiano: Alfa Romeo 75 (ou 90) e o Citroen Cx Pallas

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Gosto dos dois, cada um á sua maneira. O Cx é impressionante. Todos os dias que ando naquele carro, é agora o carro do meu dia-a-dia, pergunto-me como é possível tanto idiota (desculpem o termo, mas é mesmo o que acho) andar com carros novos de 15, 20, 40, ou 70 mil euros! O Cx é melhor do que todos eles, custa o mesmo que um extra de caracacá de um carro moderno, dá um prazer imenso, conforto de topo, extras com fartura incluindo ar condicionado, não desvalorizará NUNCA... enfim, filosofias...
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Luis Sousa

Veterano
Parabéns pelo testemunho, concordo em pleno, apesar de não pôr em prática...para já :lol:

Uma questão que me intriga, quem utiliza um clássico no dia a dia, normalmente tem mais do que um. Vejo aqui pelo caso dos utilizadores do forum, por exemplo. Será que é possível "sobreviver" com (apenas) um clássico? Sem ter de estar sempre a pedir o carro emprestado à Maria porque o clássico está a fazer birra?
Obviamente eu sei mais ao menos as respostas mas gostava de ter a opinião sincera de quem anda de clássico no quotidiano.
 
Gosto dos dois, mas o CX, talvez pelo meu pai ter tido um até 1998, acho um carro muito fiável, desde que bem assistido. A suspensão dava alguns problemas, mas fora isso, com um conforto e uma segurança, que aínda hoje o meu pai compara com o Mercedes class C que tem agora.
Em relação à utilização no dia a dia, na minha opinião, isso depende. Se for para fazer uma viagem diária de 20 ou 30km para ir para o trabalho e voltar, mais umas voltinhas ao fim de semana, estou de acordo, que eu sempre que posso tiro o meu classico da garagem e lá ando nele, mas se for com um uso intensivo que quando saímos de casa não temos noção de quantos kilímetros vamos fazer.... bem, nesse caso já penso num carro mais recente, diesel, económico e com alguma potência. Tenho dias que saio de casa a pensar que vou fazer 30 ou 40 kilometros e quando dou por ela fiz foi 200 ou 300 kilómetros. Já me aconteceu sair com o meu 914 para fazer uns 40 ou 50 km, mas vou a casa trocar de carro porque tenho que fazer 200 ou 300 kilometros em duas ou três horas para algum imprevisto. Tal como o amigo Luis sousa, também gostava de ter a opinião de quem utiliza um clássico diariamente.
 
OP
OP
Pedro Pereira Marques

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Parabéns pelo testemunho, concordo em pleno, apesar de não pôr em prática...para já :lol:

Uma questão que me intriga, quem utiliza um clássico no dia a dia, normalmente tem mais do que um. Vejo aqui pelo caso dos utilizadores do forum, por exemplo. Será que é possível "sobreviver" com (apenas) um clássico? Sem ter de estar sempre a pedir o carro emprestado à Maria porque o clássico está a fazer birra?
Obviamente eu sei mais ao menos as respostas mas gostava de ter a opinião sincera de quem anda de clássico no quotidiano.

Neste momento tenho 3 carros velhos para o dia-a-dia, um Alfa Romeo 75 Twin Spark, um Alfa Romeo 90 e um Citroen Cx Pallas a gasolina, como não podia deixar de ser.

Pela minha experiência, os clássicos não fazem birra, ando desde sempre com "carros velhos" no dia-a-dia e nunca fiquei a pé, nem tive qualquer problema. Também, verdade seja dita, sou um proprietário extremamente zeloso e sou muito cuidado no que diz respeito a manutenções/revisões, não tento poupar um cêntimo e emprego sempre material e mão-de-obra do melhor que consigo encontrar. Acho mesmo que o barato sai caro e vice-versa.

Por outro lado, e dou como exemplo o Citroen Cx, desde que o comprei há uns 2 meses atrás já gastei quase tanto como o valor de aquisição do carro. O Citroen já levou junta da cabeça, tubos, velas, manómetro da temperatura de água, filtros, óleo, afinação das válvulas, radiador novo, limpeza e afinação do carburador, pastilhas, limpeza do circuito hidráulico, bricolages várias em todo o lado e, qualquer dia, vai ser completamente decapado e restaurado como deve de ser. Neste momento é um carro que sei o que posso esperar, ou seja: não vai avariar certamente por isto ou por aquilo e vou ter milhares de quilómetros pela frente, que podem e devem ser desfrutados em pleno.

O Alfa Romeo 75 ou o 90 também. Foram carros que, após a compra, foram todos revistos meticulosamente, revisão essa que foi mais dispendiosa do que o próprio custo do carro, mas... ora bolas... mesmo depois de motores novos e caixas de velocidades e tudo, mas tudo, o que posso fazer, estes carros custam uma pequena percentagem de um carro qualquer novo seja ele topo ou baixo de gama. Na verdade, o custo total com manutenção, revisões e custo do próprio carro anda sempre (neste tipo de carros) entre os 5000 e os 7000 euros.

Dito isto e após ter explicado concisamente como abordo os meus carros do dia-a-dia, é normal entenderem que os meus clássicos ou carros velhos NÃO FAZEM BIRRA por motivo nenhum, tudo funciona e bem, quer seja ares condicionados, vidros eléctricos, travões, motores ou qualquer outra coisa. São carros em pleno, como eram, para serem desfrutados em pleno como foram concebidos na época. Tenho também sempre o cuidado de escolher clássicos para o meu dia-a-dia (e isto é muito importante), que estejam em muito bom estado e, para além disso, que consigam acompanhar o trânsito e a realidade moderna das nossas estradas. Se quiser fazer arranques de modo a ganhar aos outros... faço, se quiser dar mais de 200... consigo, se quiser fazer curvas alucinantes... onde estão elas? Os meus "clássicos" do dia-a-dia não são rainhas da garagem, são carros que muitas vezes dormem na rua, mas que estão realmente muito bons para enfrentarem os meus caprichos e os caprichos do quotidiano moderno.

Conclusão: é extremamente fácil conviver com apenas um clássico para o dia-a-dia, tenho mais porque andam por aí muito baratos e não me consigo conter, mas... mea culpa, não necessitava mesmo mais que um.
 
OP
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Pedro Pereira Marques

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Gosto dos dois, mas o CX, talvez pelo meu pai ter tido um até 1998, acho um carro muito fiável, desde que bem assistido. A suspensão dava alguns problemas, mas fora isso, com um conforto e uma segurança, que aínda hoje o meu pai compara com o Mercedes class C que tem agora.
Em relação à utilização no dia a dia, na minha opinião, isso depende. Se for para fazer uma viagem diária de 20 ou 30km para ir para o trabalho e voltar, mais umas voltinhas ao fim de semana, estou de acordo, que eu sempre que posso tiro o meu classico da garagem e lá ando nele, mas se for com um uso intensivo que quando saímos de casa não temos noção de quantos kilímetros vamos fazer.... bem, nesse caso já penso num carro mais recente, diesel, económico e com alguma potência. Tenho dias que saio de casa a pensar que vou fazer 30 ou 40 kilometros e quando dou por ela fiz foi 200 ou 300 kilómetros. Já me aconteceu sair com o meu 914 para fazer uns 40 ou 50 km, mas vou a casa trocar de carro porque tenho que fazer 200 ou 300 kilometros em duas ou três horas para algum imprevisto. Tal como o amigo Luis sousa, também gostava de ter a opinião de quem utiliza um clássico diariamente.

Não concordo contigo, acho que, primeiro que tudo o facto do teu pai comparar o conforto de um classe C com o Cx é mesmo por simples esquecimento... o Cx não se compara a um classe C, porque não tem mesmo comparação possível, é como os alhos e os bugalhos. O classe C moderno terá as suas virtudes, mas essa não pode ser posta em comparação com um Cx, porque... epá não dá mesmo...

Em relação ao resto, acho que já respondi no post anterior, mas não me coibo de fazer os quilómetros que forem, para onde for, com um carro meu, seja ele clássico ou simplesmente velho. Estando em bom estado é dar á chave e meter gasolina.

O teu 914, se estiver em bom estado, tem por obrigação ir daqui á China sem um problema que seja. Se não o fizer, o problema não é do carro, é teu porque não lhe dás as condições necessárias enquanto proprietário para ele fazer o que foi designado para fazer quando era novo.

Os carros novos não me dizem nada, são um produto do "marketing" (propaganda em português) e somos levados a acreditar que aquilo é que é. Se um carro novo a diesel custa 30.000 euros e gasta 6 litros de gasoil e um carro velho em mau estado custa vá... vamos exagerar... 7000 euros como novo e gasta 10 litros... vá ponham 15 ou 20 litros não vá o gajo estar a mentir... façam as contas e vejam a idiotice que é. Se fizerem bem as contas também vêm que o que custou 30.000 euros valerá 5000 daqui a 8 anos e o outro dos 7000 se calhar até valerá 15000 daqui a 8 anos! Enfim... contas. Se quiserem também podem incluir nas contas o preço do seguro e do IUC, se não quiserem não ponham porque o velho ganha sempre. Se não forem muito de contas e afinal estão aqui porque gostam realmente de clássicos, larguem as contas, porque o clássico sai sempre a ganhar! ;)

Como todos sabem, eu já fiz inúmeras viagens de milhares de quilómetros com clássicos e carros velhos e tenho essa experiência que tem que ser levada em conta. Não falo por falar, falo do que sei, factual, sem invenções... acreditem, porque é a mais pura das verdades. Para acreditarem mesmo, muitos dos quilómetros foram feitos nos carros que dão problemas (nas bocas de quem nunca os teve), os Alfa Romeo, portanto é mesmo para levar a sério! ;)
 
Olá Pedro Pereira Marques, eu concordo contigo excepto numa coisa, os meus carros do dia a dia todos eles têm mais de 20 anos, e dá muito jeito ter mais que um porque vão com mais frequência ao sr mecânico, não quer dizer que avariem mas precisam de cuidados mais frequentes, e assim não ficamos apeados. De referir que tanto eu como a minha mulher os usamos, uma Volvo 850 T5 a GPL utilizada maioritariamente por ela, um Range Rover 200tdi que uso quando chove ou quando tenho de andar engravatado, e uma BMW r100gs que usos nos outros dias :) . Ambos os carros são de 94 e a mota é de 88 e estão todos o mais originais possível.
 
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Pedro Pereira Marques

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Olá Pedro Pereira Marques, eu concordo contigo excepto numa coisa, os meus carros do dia a dia todos eles têm mais de 20 anos, e dá muito jeito ter mais que um porque vão com mais frequência ao sr mecânico, não quer dizer que avariem mas precisam de cuidados mais frequentes, e assim não ficamos apeados. De referir que tanto eu como a minha mulher os usamos, uma Volvo 850 T5 a GPL utilizada maioritariamente por ela, um Range Rover 200tdi que uso quando chove ou quando tenho de andar engravatado, e uma BMW r100gs que usos nos outros dias :) . Ambos os carros são de 94 e a mota é de 88 e estão todos o mais originais possível.

É a tua experiência e obrigado por partilhares, a minha experiência com carros um bocado mais velhos e de outras marcas é a que disse em cima.

Também não disse que os carros não vão ao mecânico com frequência, vão e sou eu que quero ir, obrigo-os a ir. O que disse em jeito de conclusão é que, fazendo as contas (ou não) o clássico ganha sempre.
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Não posso concordar mais com o Pedro, mas já o disse aqui em várias ocasiões... a manutenção faz o carro.

Não há clássicos pouco fiáveis, mas sim donos... esses é que têm a culpa. Se um carro, seja ele qual for, é sujeito a uma revisão pormenorizada, e daí em diante segue o uso com uma manutenção cuidada, não tem razões para falhar, mesmo que a quilometragem seja grande. E eu também tenho dias de centenas de km... a 124 ainda não tem um ano de uso e já vai nos 12,000 km, mesmo sem grandes cuidados.

Eu ainda nunca tive um carro moderno, nem quero ter. Além do gozo monumental que me dão, as histórias e as horas de oficina a cuidar deles também me dão prazer, por isso não me vejo a pagar ao banco uma pilha de plásticos sobrevalorizados e circuitos prontos para falhar.
 
Começo a entender mais um pouco da utilização diária de um clássico. Realmente, visto que sou novo por estas andanças, mesmo gostando de carros desde pequeno, visto por outros pontos de vista, há diversas razões para optar por carros antigos, ou pela sua valorização, gosto ou até o melhor, gosto pela mecânica, entre outras. Era isto que eu queria ver, opiniões de quem os utiliza, como os utiliza e principais cuidados para tirar partido dos clássicos como carros para o dia a dia. Embora tenha comprado recentemente o 914, não foi para a utilização diária, também por passar pouco tempo em Portugal. Mas mesmo assim quando estou, é o carro com que mais ando, é o que está sempre à porta da garagem! Em relação a fiabilidade, gosto muito de carros clássicos, principalmente entre os anos 60 e 70, gosto de fazer umas bricolas, mas mecânica, aínda tenho muito para aprender, e também aínda não parei para rever com quer perceba, o carro de ponta a ponta, afinar, reparar e dar garantias de fiabilidade do carro. Um dia chego lá, embora não ache o meu carro um clássico para o dia a dia, é um clássico que comprei para andar nele, e não para o guardar na garagem, mas sim para o aproveitar ao máximo.
 

Alves Fernando

Veterano
Eu tenho um Alfa Romeo de 2011 e não o trocava por nenhum carro velho, porque um carro velho não passa disso mesmo um carro velho, que em tempos ja foi novo, e que já alguém o teve que comprar quando era novo e gastou uma pipa de massa, e que quando era novo já existiam carros velhos, isto é ciclico. E ainda bem que não anda toda gente de carro velho, secalhar hoje já não exitiam.

No meu caso eu gostava muito de um carro ''velho'' que tinhamos ca por casa, um VW Golf III VR6 DE 92, mas com mais de 100Km diarios la teve de dar lugar a um a gasóleo. Mas ainda assim consegui escolher um carro moderno que fosse bonito e agora não quero outra coisa.

Mas voltando ao topico em si, Conta mais sobre o uso dos carros, quilometragens, consumos, tipo de estradas percorridas etc etc..
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
A minha opinião,

O Pedro Marques tem razão quanto ao método, isto é, manutenção e prevenção com qualidade e rigor são a única solução para um uso "trouble free" de carros velhos no dia-a-dia.
Mas sem ilusões na maioria dos carros o custo de uma revisão completa e intervenções preventivas será muitas vezes superior ao valor do carro.

A escolha do carro certo para o tipo utilização também é primordial, por exemplo eu não podia utilizar um Fiat 500 nas minhas deslocações, mas ai a escolha é grande e não faltam carros interessantes para todos os preços e gostos.

Todos os carros tem os seus ponto fracos, mas alguns modelos serão mesmo só para uma volta de vez em quando e voltar a guardar ou devolver (mais uma vez) à oficina.
Evitar dar uso regular a carros com falhas graves no DNA, tipo NSU Ro80, Citroen SM ou Maserati Biturbo. Alguns carros com má reputação (justificadissima), como por exemplo o Triumph Stag, tem em Inglaterra quem os fiabilize, por cá será mais dificil.

Em termos de custos, no computo geral acho que a maioria das pessoas faz mal as contas, o valor de um carro novo, juros (na grande maioria dos casos), IUCs, desvalorização, manutenções regulares mais caras, pneus mais carros e um longo etc, tornam os carros recentes bem mais caros.
O que o meu vizinho gastou recentemente no turbo da C4 Picasso da última geração, pagava a pintura da C3 e com o troco ainda passava um fim de semana no Alentejo com a família.
Por vezes a minha cara metade fica espantada com os valores gastos por colegas de trabalho em reparações de carros recentes.

Quanto à fiabilidade já acho que o método do Pedro, que dentro das minhas possibilidades é idêntico ao meu e considero ser o correcto, não garante a 100% de fiabilidade, mas isto porque nenhum método é infalivél. À partida um carro conforme a origem bem mantido e utilizado dentro dos limites inerentes à sua concepção, terá a fiabilidade que tinha quando era novo.
O problema são os imponderáveis e tal como sabemos "qui los hai, hai"

Eu não tenho muitas razões de queixa mas todos carros um dia vão avariar. Nos últimos 20 anos, durante a enésima viagem Lisboa > Porto > Lisboa, fiquei uma vez com o Scirocco Cinza na berma da EN1 já perto de Coimbra, no entanto a luz do alternador tinha acendido já em Vila Franca de Xira. Foi um regulador interno do alternador que queimou e a peça custou 80.00eur.
Que me recorde chamei o reboque (ao contrário do Bava eu "guardo memória"...) em duas outras ocasiões, em 2004 por motivos rigorosamente idênticos no Audi Coupé e em 1997, no regresso de França, o motor da VW Type 2 Split de 1963 agarrou em Salamanca. Na altura tal "pão de forma" tinha 100.000km de uso nas minhas mãos com diversas viagem a França e muitos "Portugal de lés-a-lés".

Aqui há no entanto que referir que apesar dos progresso (e foram muitos) em termos de fiabilidade, os carros novos também avariam. A minha cara metade trabalha numa instituição onde existem uma grande percentagem de veículos de gama média alta e há uns dias disse-me que entre esses carros havia 5 BMWs recentes parados com avarias graves. Um deles, série 5 recentissimo já partiu o turbo 2 vezes.

Quanto a ter mais de um carro, justificasse e aconselho.
Permite fazer reparações e programar as intervenções preventivas no(s) outro(s) com calma e sem stresses.
Tive um só carro apenas entre 1998 e 2002, o Scirocco Azul (ao contrário do Bava eu continuo a "guardar memória"...) e sobrevivi, mas recordo-me que para ir a uma reunião a Esposende, fui de comboio até à Póvoa e a partir dai de autocarro até Esposende. Gastei praticamente o dia todo na logística.
Por outro lado ai está algo que um petrolhead adora, mais de um carro à escolha, hoje levo o Audi Coupé, para a semana logo vejo ;)

Há outro factor muitissimo importante nesta opção e que vem nos manuais da tal "propaganda", embora raramente seja referido ou assumido.

Quando alguém compra novo ou semi-novo um BMW (ou Mercedes, Audi, etc..) de gama média alta , raramente assume que a valorização social associada à posse dessa viatura foi motivo determinante (senão o mais importante) na escolha, normalmente é porque é um carro "alemão, seguro, fiável, eficaz" e um longo etc. Ora um carro velho só pode ser conduzido por quem tenha estes aspectos bem resolvidos.

Para um teso com ares de snob, a C3 tem uma grande vantagem, nenhum tipo foleiro arrisca a ser visto num carro tão velho e sem qualquer valor na escala da valorização social, não vão pensar que ele é mesmo foleiro

Neste capítulo entram também as caras-metades, que normalmente tem muito mais influência do que aparentam. Ai eu tenho sorte e vou descrever a minha situação citando dois grandes poetas dos VWs ar; "mulheres inteligentes gostam de ver homens felizes" (e vice versa) do grande Jorge R. , e o lema cá de casa, da autoria do grande Miguel B., "não compro coisas que não preciso, com dinheiro que não tenho, para impressionar gente de quem não gosto".


nuno granja
 

Camacho Cêrcas

Pre-War
Autor
Eu tenho um Alfa Romeo de 2011 e não o trocava por nenhum carro velho, porque um carro velho não passa disso mesmo um carro velho, que em tempos ja foi novo, e que já alguém o teve que comprar quando era novo e gastou uma pipa de massa, e que quando era novo já existiam carros velhos, isto é ciclico. E ainda bem que não anda toda gente de carro velho, secalhar hoje já não exitiam.

No meu caso eu gostava muito de um carro ''velho'' que tinhamos ca por casa, um VW Golf III VR6 DE 92, mas com mais de 100Km diarios la teve de dar lugar a um a gasóleo. Mas ainda assim consegui escolher um carro moderno que fosse bonito e agora não quero outra coisa.

Mas voltando ao topico em si, Conta mais sobre o uso dos carros, quilometragens, consumos, tipo de estradas percorridas etc etc..

Eu também tenho um desses Alfas Romeus (sim, com "U", estes recentes não pertecem à Alfa Romeo com "o") novos e trocava-o JÁ por uma bicicleta Orbita mas daquelas velhas que mais parecem uma chopper e eram dobráveis.
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
(...)
Quando alguém compra novo ou semi-novo um BMW (ou Mercedes, Audi, etc..) de gama média alta , raramente assume que a valorização social associada à posse dessa viatura foi motivo determinante (senão o mais importante) na escolha, normalmente é porque é um carro "alemão, seguro, fiável, eficaz" e um longo etc. Ora um carro velho só pode ser conduzido por quem tenha estes aspectos bem resolvidos.

Para um teso com ares de snob, a C3 tem uma grande vantagem, nenhum tipo foleiro arrisca a ser visto num carro tão velho e sem qualquer valor na escala da valorização social, não vão pensar que ele é mesmo foleiro

Neste capítulo entram também as caras-metades, que normalmente tem muito mais influência do que aparentam. Ai eu tenho sorte e vou descrever a minha situação citando dois grandes poetas dos VWs ar; "mulheres inteligentes gostam de ver homens felizes" (e vice versa) do grande Jorge R. , e o lema cá de casa, da autoria do grande Miguel B., "não compro coisas que não preciso, com dinheiro que não tenho, para impressionar gente de quem não gosto".

nuno granja

Não diria melhor... excelente, Nuno! :)
 

José de Sá

"Life's too short to drive boring cars"
Portalista
"Ás vezes ponho-me a pensar que antigamente, até aos anos 80, as pessoas deveriam ser bastante diferentes umas das outras. Uns pensavam assim e outros pensavam assado e as marcas satisfaziam os primeiros e outras os segundos. Hoje dá a impressão que todos gostamos do mesmo e que as marcas sabem disso, por isso é que fazem carros sem diferenciação."

Realmente hoje em dia só muda o símbolo da marca da frente do capot.

Chateia-me ver os anúncios onde mostram carros a dançar e a pular telhados, famílias felizes no meio de engarrafamentos e cães a esticarem as pernas…. e filmarem o carro em si….zero!
Tudo o que ficamos a saber sobre os dados do carro e suas prestações aparece durante 1 segundo no final do anúncio numas letras microscópicas. Áhh, mas o valor da prestação essa sim aprece em grande!

Chateia-me que as marcas Premium como a MB e a BMW tambem entrem neste lote.
Actualmente toda a gama de modelos e motorizações da MB têm o seu semelhante na BMW…e na Audi…e na Opel…e na Alfa…
Ai não, na Alfa não!! :D Esta só têm 2 modelos á venda.... (foi e continua a ser uma marca diferente das restantes :blink:)

Chateia-me que agora os serie 5 sejam iguais por fora aos serie 3 e os classe C iguais aos classe E. Só o que muda ligeiramente é o tamanho.

Antigamente quem procurava melhores prestações e queria um pouco mais de desportivismo ia para a BMW e por outro lado quem queria mais conforto ia para a MB.
Agora é tudo igual e o que leva as pessoas a escolher uma marca em detrimento da outra é uma campanha de juros mais baixos ou a oferta de umas jantes de 18” no lugar das vulgares de 16”.

Tenho um MB e chateia-me ter um carro igual ao de muita gente, ou melhor que muita gente tenha um carro igual ao meu.

Quando o comprei tive de o mandar vir da Alemanha pois queria o carro de cor branca com caixa auto no volante e kit AMG entre outras paneleirices e em Portugal não havia tal carro á venda nem novo nem semi-novo.

Na altura toda a gente me dizia franzindo o nariz…”epá um MB branco...isso não é cor para um Mercedes…..hum…isso suja-se muito…."tenho aqui um Preto para entrega que é lindo, isso em branco é horrivel".....Mercedes brancos valem menos na altura da venda (!)etc …”

Isto foi em 2008…actualmente é o que está á vista…infestação de carros brancos por tudo quanto é lado. Até já os jipe´s e pickup´s já são brancos!

Desiludem-me as pessoas por comprarem o que está na moda.
Desilude-me a indústria automóvel actual, mas esta evolui com os avanços tecnológicos e as pessoas ficam felizes por poderem possuir tal tecnologia ao seu dispor.

Há 40 anos comprava-se um carro e ofereciam um mapa. Há 10 anos ofereciam o GPS para colar no vidro. Hoje se o GPS não vier já no tableir e não tiver o tamanho da televisão da sala então o carro não vale nada.

Então, havendo poucas pessoas que se podem dar ao luxo de comprar o carro que querem com os extras todos, há aqueles que escolhem um carro pequeno com todos os gadjet´s da moda para que possam mexer no facebook sem tirar as mãos do volante, ou então os que vão para as marcas premiun despidas de extras porque querem ter uma “estrela” á porta de casa para mostrar aos vizinhos.

Recordo-me de num TopGear, salvo erro o Jeremy dizer acerca dos botões do tablier algo do género…”Se tens um plástico a tapar o lugar onde era suposto estar um botão de um extra… então ai sabes que não tiveste o sucesso suficiente na vida.”

Acredito que no futuro virá de origem em todos os carros um botão no tablier que diga “Happiness” e que ao o pulsar-mos seremos o condutor mais contente que alguma vez conduziu um plástico novo. :p


 
OP
OP
Pedro Pereira Marques

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Quando alguém compra novo ou semi-novo um BMW (ou Mercedes, Audi, etc..) de gama média alta , raramente assume que a valorização social associada à posse dessa viatura foi motivo determinante (senão o mais importante) na escolha, normalmente é porque é um carro "alemão, seguro, fiável, eficaz" e um longo etc. Ora um carro velho só pode ser conduzido por quem tenha estes aspectos bem resolvidos.

Do melhor que já li, obrigado Nuno. Citei este teu parágrafo... genial.


Recordo-me de num TopGear, salvo erro o Jeremy dizer acerca dos botões do tablier algo do género…”Se tens um plástico a tapar o lugar onde era suposto estar um botão de um extra… então ai sabes que não tiveste o sucesso suficiente na vida.”

Li tudo José, 100% de acordo, sem "mas" e sem ressalvas. Tópico excelente, que dá que pensar.

Ao fim e ao cabo, tal como o Nuno Granja disse mas por outras palavras, carro novo, cheio de gadgets, com o dinheiro que não temos, carro que não precisamos, para agradar a quem não conhecemos, revela... insegurança pessoal, falta de introspecção séria, má resolução de problemas intrapessoais (e quem sabe interpessoais também) e mais uma série de problemas sérios a que eu chamei no início... idiotice!

Em relação a um outro companheiro de fórum que disse que se todos andássemos de carro velho eles já não existiriam (não fiz a citação, porque já iniciei isto e não sei andar para trás sem perder tudo), acho precisamente o contrário: Se ninguém andasse de carro velho eles, os carros velhos, já não tinham razão de existir. Ainda bem que há quem ande neles, é sinal de que cuida bem dos mesmos e que está a protejer um futuro património de carros clássicos para outras gerações.

Comprei o Cx e já gastei o valor de aquisição do carro em reparações, É VERDADE! É agora o meu carro do dia-a-dia, porque está apto para andar diariamente e transportar-me de "X" a "Y", que é basicamente a sua função (a dele e a dos carros novos). Se eu não gastasse esse dinheiro em reparações e não andasse com ele no dia-a-dia e se ninguém tivesse essa preocupação, o melhor destino do carro seria a sucata... perdão... centro de abate de automóveis em fim de vida. Eu não quero o seu fim, dei-lhe um outro início, mas... enfim... escrevo aqui no Portal, tenho clássicos e ando com eles no dia-a-dia, porque os clássicos não foram comprados "com o dinheiro que não tenho, para agradar a quem não conheço, sem utilidade nenhuma"... porque que os há... há.
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
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(...)
Em relação a um outro companheiro de fórum que disse que se todos andássemos de carro velho eles já não existiriam (não fiz a citação, porque já iniciei isto e não sei andar para trás sem perder tudo), acho precisamente o contrário: Se ninguém andasse de carro velho eles, os carros velhos, já não tinham razão de existir. Ainda bem que há quem ande neles, é sinal de que cuida bem dos mesmos e que está a protejer um futuro património de carros clássicos para outras gerações.
(...)

Exactamente aquilo que tenho vindo a alertar há anos... a falta de uso está a dar cabo dos nossos clássicos.

Se não houver um uso continuado, a necessidade de especialistas, peças, know-how... perde-se tudo, porque se não há necessidade ninguém se preocupa em responder a uma pergunta que ninguém faz.

Lá fora já se começa a perceber melhor este problema e já há esforços para o contrariar, porque corremos o risco sério de num futuro próximo não termos a quem recorrer. E depois? Ficam de enfeite? Vendem-se? Desmantelam-se?

Um carro, tenha a idade que tiver, foi feito para andar... ou acham que no princípio do século passado o pessoal queria carros só para andar ao domingo quando estava bom tempo? Se lessem as histórias que eu li sobre o automobilismo dessa era, como era duro e mesmo assim o pessoal fazia-se ao caminho sem pensar duas vezes...

Correndo o risco de parecer insensato à face da "sabedoria convencional", volto a afirmar que um clássico pode perfeitamente ser fiável e usado diariamente, mesmo em regime intensivo... desde que seja um modelo minimamente bem desenvolvido (sem as falhas graves no ADN que o Nuno tão bem ilustrou), bem preservado e mantido a preceito (e aqui será a única desvantagem em relação aos modernos, a manutenção é mais intensiva), é capaz de superar facilmente a fiabilidade de um moderno, e com despesa muito inferior.
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Pois, o Nuno deu excelentes exemplos de ADN, mas POR FAVOR alguém me empreste um sacana de um SM Maserati e eu experimento no dia-a-dia!!!!

Edit: Ah... que se lixe... também pode vir o Maserati Biturbo (perdido por um perdido por mil)

:lol::lol::lol::lol::lol::lol::lol::lol::lol:

O SM tem soluções para os problemas todos, é uma questão de €€€'s e resolve-se tudo. Tudo, excepto a conta da gasosa, obviamente... :p

Eu também não me importava nada de ter algo desse género para o dia-a-dia (se calhar até com preferência para o Biturbo, não vou muito com a linha do SM), mas seriam mais adequados para quem faça muitos km, porque são granturismos, não são para as voltinhas da cidade (embora fosse giro).
 
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