Artigo No Dn Sobre Investimento Em Classicos

José de Sá

"Life's too short to drive boring cars"
Portalista
Há uns dias li no Diário de notícias na secção de Economia o seguinte artigo:
(ou a seguinte publicidade á MotorClassico ;) )


Se, no passado, os clássicos eram um luxo apenas ao alcance dos mais abastados, hoje em dia tornaram-se numa excelente aposta financeira, com alto índice de retorno - segundo os especialistas, um automóvel antigo pode valorizar 15% ao ano. Mais: ao contrário das acções, são um investimento do qual também se pode retirar prazer.
Segundo Salvador Patrício Gouveia, um dos directores do Salão Motorclássico, feira internacional de automóveis e motociclos clássicos, que se realiza nos próximos dias 24 a 26 na FIL, é difícil definir as características deste tipo de carro. "Um clássico tem que ter qualquer coisa que o caracterize de forma especial e o valorize do ponto de vista museológico e de negócio", explica.
Isso não significa apenas idade: se um automóvel com 80 anos está obrigatoriamente incluído neste lote, quando nos começamos a aproximar de épocas mais próximas, os critérios mudam. Um clássico passa, assim, a ser um carro muito raro (caso dos protótipos), um veículo que significou um qualquer tipo de avanço tecnológico/mecânico ou simplesmente um automóvel que teve um grande impacto no sector - caso do VW Carocha. Noutra vertente, um carro pode ser extremamente valorizado caso esteja associado a uma determinada pessoa ou momento histórico. Entra neste restrito lote o VW Golf do Papa João Paulo II, que foi recentemente vendido por 150 mil euros.
Para investir no mercado dos clássicos, é necessário algum conhecimento da área - histórias não faltam de automóveis mal--restaurados, cujos compradores acabaram por ver o seu investimento atirado à rua. "É como outro negócio qualquer. Se eu investir em acções e só depois perceber que apostei numa empresa que não tem potencial de crescimento ou tem uma elevada dívida associada, dificilmente vou conseguir retirar mais--valia daí", explica Salvador Patrício Gouveia.
Para evitar logros, o aconselhável é comprar em entidades devidamente credenciadas, como acontece com vendedores e oficinas especializadas. As leiloeiras são outra boa hipótese. Se possível, tente adquirir um veículo que já esteja autentificado pelo Clube Português de Automóveis Antigos.
Quanto a investir na procura de exemplares em sucatas e na sua recuperação, pode não ser a melhor solução, sobretudo se é um iniciado na matéria. Em qualquer caso, tenha presente uma regra essencial: só compre um automóvel no ferro-velho ou a um particular quando o valor total que irá gastar nele (com as restaurações incluídas) não ultrapasse o preço de mercado. Neste caso, dê sempre uma margem de segurança ao orçamento de recuperação. É muito normal que este acabe por resvalar devido a problemas que surjam durante o processo.
Com o automóvel em sua posse, não o meta na garagem: usufrua dele e faça-o fazer exercício. "Ter um carro fechado em casa como uma estátua ou um quadro não funciona", sentencia Salvador Patrício Gouveia.
Por fim, quando finalmente decidir traduzir o seu investimento em dinheiro, seja cuidadoso. Escolha bem o mercado e o momento: há modelos pouco valiosos em Portugal, mas que podem valer bastante noutros países. Por outro lado, esteja atento ao canal - prefira leilões ou vendedores especializados.
Certo é que, mesmo que o mantenha na sua posse, o automóvel antigo está sempre a valorizar. "Um clássico, mesmo que valorize muito pouco, vai valorizar sempre acima de uma taxa média de retorno de qualquer banco", garante o director do Salão Motorclássico. Tanto que, recentemente, um fundo japonês investiu 30 milhões de euros num Bugatti Royal.
Em Portugal, um bom momento para começar a investir nos automóveis antigos é o Salão Motorclássico, que decorre na próxima semana. Até porque lá será apresentado um guia de preços, devidamente acompanhado com as características e interesses específicos de cada modelo. Mas, na hora de investir, não se esqueça: deixe a paixão de lado e seja inteligente
 

Rafael S Marques

Pre-War
Membro do staff
Premium
Delegado Regional
Portalista
Citação:

"só compre um automóvel no ferro-velho ou a um particular quando o valor total que irá gastar nele (com as restaurações incluídas) não ultrapasse o preço de mercado. Neste caso, dê sempre uma margem de segurança ao orçamento de recuperação."

Acho quase impossivel, mas vamos acreditar que é possivel...
 

António Barbosa

Red Line
Portalista
Este artigo é uma forma de auto-promoção (self-promotion) disfarçada, neste caso ao evento. Já referi noutros tópicos que os automóveis antigos valem pela estima e pelo orgulho que os seus proprietátirios lhes têm, as várias tentativas de tornar os automóveis antigos num negócio rentável é uma falácia e acaba por fazer mais estragos do que melhorias.
 

Guilherme Bugalho

BUGAS03
Portalista
Qualquer dia temos os bancos a investir em clássicos... :ph34r: :ph34r:
Pois claro ............................................ :lol: Se alguns já investiram em "quadros" de tipografia e em "selos" (que não os dos correios) :lol: porque não em "clássicos" ... sim em clássicos, porque o parque automóvel que se encontra ao longo das estradas nacionais ainda não tem 30 anos e devido à sua dimensão não acredito que esteja pago por uma "firma".
 
OP
OP
José de Sá

José de Sá

"Life's too short to drive boring cars"
Portalista
Já agora, reportagem que passou ontem no jornal da noite da SIC

http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2013/03/26/investidores-apostam-na-compra-de-carros-antigos
 

António Barbosa

Red Line
Portalista
Mesmo concordando com a reportagem da SIC, não tenho duvidas que esta ideia tem muito mais a haver com topos do que com clássicos. Não há nenhum automóvel referido na reportagem que se assemelhe sequer a uma gama média, ou média alta, são só automóveis que já quando eram novos só estavam ao alcance de muito poucos, no caso um dos atores de Hollywood mais bem pagos da época. Os nossos clássicos populares (pelo menos o meu) tem valorizado umas migalhitas nos ultimos tempos, mas para quem soma tudo o que já gastou nele, ainda faltam uns 40% para que tivesse algum lucro, e como o objetivo nunca será esse...
 
OP
OP
José de Sá

José de Sá

"Life's too short to drive boring cars"
Portalista
Concordo consigo, António. Para quem quizer ganhar dinheiro com classicos tem de "apostar" no top dos top´s!

Eu costumo pesquisar por classicos na NET e deixo este exemplo de 2 carros iguais e do mesmo ano que foram a leilão.

Penso que este foi á cerca de ano e meio atrás:
http://oportunityleiloes.auctionserver.net/view-auctions/catalog/id/120/lot/44575/?url=%2Fview-auctions%2Findividual-lots%2F%3Fpage%3D3%26key%3Dveiculo

E este foi ontem á noite (o qual ainda licitei numa fase inicial)
http://oportunityleiloes.auctionserver.net/view-auctions/catalog/id/318/lot/87602/?url=%2Fmy-items%2Fnot-won%2F

O 1º foi vendido por 1.900€ (com 35 licitações) e o 2º por 1.500 (com 15 licitações).
Como não vi nenhum dos carros pessoalmente não posso dizer que um valha mais 400€ do que o outro, mas este é um bom indicador como o "negócio" dos classicos está actualmente e um bom exemplo para quem quizer "arriscar" nos classicos como forma de investimento.
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Este tópico vem à baila de tempos a tempos, e francamente é daquelas coisas que me irrita ler.

Sim, quem tem pilhas de dinheiro e não sabe o que lhes fazer, pode metê-los num Ferrari ou Bugatti ou Duesenberg, e ganhar mais que na bolsa ou no banco. E nem precisam de os conduzir (ideia estranha!).

Agora não venham é cá misturar isso de carros que são comodities comparáveis a quadros e esculturas com o clássico do dia-a-dia, que é o que essa gente quer insinuar, porque é uma grande treta. Mesmo um Jaguar ou um Mercedes tem de ser muito bem apanhado ou um modelo muito especial para dar retorno num restauro. E sim, até pode apreciar de valor, mas precisa de ser mantido, e isso dá despesa, que num carro deste género raramente é pequena.

Esses senhores andaram a promover a feira, e fortemente apoiados num monte de balelas. Todos os anos é a mesma conversa, e são tretas de quem tem clássicos para usar duas vezes ao ano, só em ocasiões estritamente programadas e se não chover.

Além disso, relembro que, tal como outro mercado qualquer, também o dos clássicos topo de gama tem altos e baixos... neste momento está numa forte alta (só para os modelos de excepção, relembro!), mas tudo o que sobe, eventualmente desce. Foi o que aconteceu em 89-90, quando o mercado estava infestado de especuladores, e a bolha rebentou. Foi bem feita, e o mercado ficou entregue aos entusiastas, que lhes dedicam dinheiro por amor, e não pelo lucro, que é como deve ser.

Mas, como disse, isso são outras esferas... preocupem-se em viver os vossos clássicos, tomarem liberdades com eles, criarem as vossas próprias histórias, porque é para isso que os queremos. De nada vale um clássico se só for uma questão de lógica e lucro, porque o que sempre moveu e move tudo isto é a emoção.

Um abraço a todos!
 
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