Debate: Conservação Vs. Restauro

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Olá a todos,

Estava eu há pouco a ler um artigo a discutir este assunto, e lembrei-me de o colocar em discussão aqui no fórum.

Cada vez mais nos nossos círculos se começa a insurgir um movimento de revolta contra os restauros exaustivos dos clássicos, e há vozes que se levantam de ambos os lados, mas o consenso é difícil, para não dizer impossível.

A questão que se levanta é: Até que ponto se deve restaurar ou não um carro? Onde é que se traça a linha?

As opiniões serão certamente tão variadas quantas pessoas participem, e queremos ouvi-las.

Começo por mim, dou desde já a minha opinião:

Pessoalmente, acho que o mais importante num carro é o aspecto funcional. Preocupa-me que um carro, independentemente da sua idade, seja possuidor pleno de todas as suas funções, e que seja capaz de se comportar condignamente na estrada. Não me agradam aqueles restauro tipo "bombom caramelizado" em que se põe o carro todo "muitalindo" para mostrar aos domingos em que faz sol, e depois não se tem coragem de usar o carro, nem se confia nele para fazer mais de 10 km. Um carro que não anda, para mim, é como se estivesse morto. Ou tipo animal empalhado, como aqueles troféus de caça velhos.

Nunca foi tão fácil restaurar um carro como é hoje, cada vez mais são acessíveis técnicas e equipamentos, saberes e peças. Mas também cada vez mais vemos trabalhos feitos sem qualquer regra e linha de orientação, e perdem-se todos os traços de carácter. Será mesmo preciso trocar tudo o que se vê num carro? Será preciso que fique absolutamente tão ou mais reluzente do que o dia que saíu da fábrica? E será que não era bem mais importante garantir que o carro está em plenas condições (e não apenas capaz de "raspar" pela IPO sem anotações?

Olhem este rapaz, que anda no dia-a-dia com uma máquina bem mais primitiva que as nossas, e que como podem ver, não é vítima de restauros...

http://www.youtube.com/watch?v=23ORfbTlIWw

Deixo-vos com um pensamento que guia este contingente pela preservação: "Só é original uma vez". Ao contrário do que se vê escrito em muito anúncio classificado, que nos informa que o carro está "Totalmente restaurado de origem"... :huh: Ainda alguém me há-de explicar o que é isso.

Um abraço a todos.... e digam de vossa justiça! ;)

Este post foi promovido a noticia
 
Pessoalmente gosto de carros com a chamada "patine", ou seja, marcas do seu uso através dos tempos. Para mim os carros tem "personalidade" que é adquirida através dos tempos. Gosto de sentir o cheiro dos interiores, fazem recuar no tempo e reaviva memórias, faz-me gostar mais deles.

Para aqueles restauros de ponta a ponta, também os aprecio, quanto mais detalhados melhor, mas sem entrar em excesso de detalhes, ou seja, há muita gente que quando restaura os carros, tem oportunidade de meter mãos ao trabalho e fazer algumas coisas, dentro dos seus próprios conhecimentos, ou aventurando-se e ganhando-os com a experiência. No entanto por vezes vejo carros que parecem que apenas parecem peças colocadas e não um todo. Levam o detalhe ao ponto excessivo de colocar peças em cromado, outras em fosco, outras brilhantes e com cor, que depois de tudo montado, não faz sentido. Claro que gostos são gostos, não será isso que aqui estou a focar, é sim o ultrapassar dos limites do que os próprios carros tinham na altura que saiam da linha de montagem.

Eu sou daqueles que gosta dos carros para andar e não para mostrar. Prefiro chegar dar à chave, ouvir o roncar e fazer km´s para qualquer sitio, tendo o perfeito à vontade e confiança no carro para o usar e abusar se for necessário. Não quero dizer que quem gosta deles apenas para as voltinhas de "domingo" esteja errado, não, apenas a minha visão do carro em si e não de um fenómeno social.
 

Rafael S Marques

Pre-War
Membro do staff
Premium
Delegado Regional
Portalista
Sem dúvida a favor da conservação, agora é claro que sertos carros não permitem tendo que ser alvo de grandes restauros.
Adorei esse classico, faz-me sonhar... :(
 
Ora aqui está uma bela questão. Conservação vs restauro.

Eu não sou radical a ponto de escolher apenas uma das opções.
Digamos que para mim o ideal é ter um clássico funcional e apresentável.

Não sou apologista de ter um clássico cheio de podres e com o peso dos anos em cima, nem de ter um clássico restaurado ao parafuso.

Para mim a piada está em manter um clássico, bonito, funcional e que respeite a originalidade.

Se, com o passar dos anos, o carro precisar de ser pintado ou tiver um podre, sou a favor que se recupere esse problema e que se pinte o carro, por exemplo.

A nível mecânico gosto de conservar, reparar e evitar substituir por novo ao mínimo problema. Não há nada que dê mais gosto do que metermos a caminho e reparar determinado problema do que simplesmente espetar o carro numa oficina e colocar tudo novo.
 
OP
OP
Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Sem dúvida a favor da conservação, agora é claro que sertos carros não permitem tendo que ser alvo de grandes restauros.
Adorei esse classico, faz-me sonhar... :(

Claro que sim Rafael,

Aqui a questão é o que se restaura desnecessariamente. Há carros que são despojados de toda a sua patine e história sem qualquer justificação que não seja torná-los em panos de amostra. E muitas vezes em desprimor da parte funcional, que é depois continuamente desculpada com o "ah, é um carro velho, já se sabe como é". Há por aí muito carro reluzente, mas que não cumpre as suas funções primárias, de ser um carro.

Um abraço!
 
esta é uma discussão com muito pano para mangas.
Há casos e casos; posso afirmar que há carros que são restaurados para atingir um status e outros porque realmente precisam, para que possam voltar a ser úteis e funcionais.
Mas se um carro tem sido mantido ao longo dos tempos e tem apenas algumas marcas do tempos há que manter o carro e reparar cada coisa como caso único, mantendo assim os anos que por ele passaram..

Um citroen 2cv não pode ser apresentado em perfeito 'estado de concurso' porque de fábrica assim não vinham, a título de exemplo...
 
No meu caso em particular tendo eu dois carros (mercedes 200d W123 de 82 e VW 1300 de 72) e não tendo dinheiro as coisas teem que seguir uma lógica mais ou menos racional.
No caso do Carocha, o carro teve mesmo que levar um restauro, porque já apresentava algumas madurezas que se não fossem vistas atempadamente, o mais certo seria o carro partir em 4 ou 5 só de encostar ao passeio, embora andasse e trabalhasse na boa e não tivesse apontamentos nas inspecções.
Uma vez que se trata não só de prolongar a vida útil do carro mas também transformá-lo num veículo de uso utilitário, a idéia sempre foi deixá-lo o mais parecido possível com o que os engenheiros da marca estudaram na época, a única coisa que não tem a ver com isso é a cor, que não se foi ao detalhe da refer~encia da pintura de origem, até porque era fatela a olho e escolhi uma cor que eu gostei independentemente dos outros gostarem ou não, se gostaem melhor, se não gostarem azarecos, o carro é meu e para eu andar com ele logo sou eu que tenho que gostar...
Em relação ao resto, tem o motor de origem recondicionado, forrado por dentro á imagem da época, e sem mariquices desnecsssárias.
De resto não há cá xénons nem merdices de qualquer espécie, e a única alteração que pondero fazer no carro será, eventualmente, rtocar os tambores dianteiros por discos, apenas por uma razão de segurança.
Na minha opinião o que eu fiz foi um restauro, porque tratei das várias madurezas do carro de forma a poder andar com ele diáriamente por mais 30 ou 40 anos...
No caso do Mercedes, é um carro que comprei para poder ter uma alternativa a gasóleo e para poder poupar a mota que tem 15 anos e quase 150.000Kms de maus tratos, tendo em conta que mesmo se tratando de um Harley, desde 2003 que anda todos os dias, e já andou muito ao Sol e á chuva.
O Mercedes com os seus 28 aninhos, embora estivesse muito bom de chapa, ia já apresentado uns sinais da idade por aqui e por ali, os interiores estão bastante queimados do sol e os tapetes à altura da compra tinham desaparecido, não tinha cinzeiro, a iluminação do painel tinha ido embora, sabem como é, um carro que á altura da sua compra era um Mercdes, e algures durante a sua vida foi passando a ter o estatuto de charuto, e em algum ponto da sua vida deixou de ser tratado nas palminhas e começou a ser vítima de desleixo.
Comprando eu um carro nessas condições e não tendo guita para um restauro, tive que me orientar de outra forma, limpei, arranjei, substituí, de forma a que o carro deixasse de ser charuto, para voltar a ter alguma dignidade, e uma vez mais, poder andar com ele todos os dias sem que me desse dores de cabeça de qualquer espécie, a única coisa mais tecnológica que lhe pus foi um Kenwood de 60€ e umas colunas sony Explod de 50W de 30€ para poder ouvir os meus Cd's...
Considero o que fiz trabalho de conservação e habitabilidade...
A Harley, que é uma Dyna Super Glide com o motor Evolution de 1340cc, um dia destes terá que parar para abrir o motor e levar um tratamento de choque e como quero ter esta mota até ao fim da minha vida, vi ser revista a todos os níveis, motor, caixa, electricidade e ciclística e aspecto, penso que se poderá também considerar um restauro .
Este discurso todo para quê?
Simples, como eu há-de haver maia pessoas com poucas posses que se emifrem para ter as coisas apenas porque as amam, e como eu costumo dizer, não se justifica um gajo teso como eu ter o dinheiro empacotado nas coisas para as ter trancadas na garagem, se tenho os veículos, só faz sentido que os utilize como veículos que são.
 
OP
OP
Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Hora de juntar mais lenha à fogueira... o que acham disto?

http://vimeo.com/35461693

Para quem não consegue perceber bem a explicação, este tipo pega em carros originais, com o seu aspecto desgastado pelos anos, retira-lhes a mecânica toda, levam um chassis feito à medida, e toda a parte técnica é moderna, mas "vestida" com o fato antigo, ferrugento e desbotado pelo tempo.

A ideia é ter um carro fiável, rápido, versátil, mas manter o visual "desgastado", não só como tributo, mas também por uma questão de não ter preocupações permanentes com algum descuido que possa danificar o acabamento... qualquer mossa ou arranhadela é simplesmente mais patine que se acrescenta, e não um incómodo.

Opiniões?

Um abraço a todos!
 

francisco mata

Clássico
Para mim o que interessa é que o carro tenha uma boa mecanica, boas jantes e pneus ......o resto é enfeite. Muito bem pintado e muito bonito e depois não pode sair todos os dias ou para todo o lado.
O meu Escort é de uso diario, está mal pintado, com riscos, mas como disfruto quando ando com ele, ainda no domingo depois do encontro em Setúbal subi a serra da Arrábida, donde faziam a antiga rampa, estava um sol espectacular, terceira a fundo, 5.000 rpm .........para quê mais palavras.
 

João Luís Soares

Pre-War
Membro do staff
Premium
Delegado Regional
Portalista
Eu sou incapaz de ter uma opinião definitiva.

Gosto de carros restaurados.
Mas isso não é montar um monte de peças novas.
- "Levou tudo novo!" é uma treta do caneco.
Sempre que possível acho que se devem aproveitar as peças "velhas" recuperando-as. Isso é que é um restauro.

Mas gosto ainda mais de carros mantidos em condições e com patine. Adoro ver sinais do passar dos anos no carro.
E o sabor de andar neles é o mesmo...

Acima de tudo acho que os clássicos são para ser usados e para tirarmos prazer dessa utilização.
Estar parado na garagem com medo da chuva, do frio, etc. não é ter um carro. É ter um enfeite.
Para isso tenho as miniaturas!
 

Bruno Mateus

Veterano
Para mim é manter o possível e substituir o necessário! Seja em chapa, mecânica, interiores, etc Sendo que a mecânica é sempre a prioridade, principalmente em relação a equipamento de segurança, até porque sou eu quem vai lá dentro!
Vi aqui um vídeo com substituição da mecânica por actual, pessoalmente prefiro um carburador, uma embraiagem mais rija... As coisas são como nasceram e temos de tirar partido delas... Mas isto para um uso casual, entendo quem altere para o poder usar diariamente.
Para mim o mais importante é gozá-los,fazer Km, foi para isso que nasceram! Mas sem estragar e dando um uso consoante o estado, idade..
Não me chateia nada umas imperfeições, prefiro até vê-las do que olhar para um carro a brilhar "todo de origem" com uma pintura fora de época, metalizada por exemplo.
E no meu é "andar e gozar sem estragar"
 
boa noite,

ora aqui esta um excelente debate, com muito pano para mangas.
pessoalmente gosto de ver os carros restaurados, principalmente quando são carros "especiais", mas para mim se o carro estiver em bom estado mecanico e de estetica, entendo que um restauro nesse carro, só serve para gastar dinheiro e tirar valor ao carro. quanto á ideia de pegar em carros antigos, manter o aspecto e mudar a mecanica para algo moderno, não gosto acho que é destruir o valor e carisma do carro.
agora uma coisa que me deixa fulo da vida é dizerem que fizeram um restauro de A a Z com passagens pelo afabeto grego onde ainda metem o Alfa e o Omega e depois quando chega a hora da verdade, não confiam no carro (porque é velho).
pois é meus amigos á dias de manha o meu jipe não quis pegar a minha yamaha descarregou a bateria e eu peguei na minha velhinha casal 125 a K270 e toca a rolar, sem problemas, quando tudo falha ela esta lá, é só ter atenção as misturas e ver o oleo da caixa, ter uma vela de reserva e é andar sem destino.
 

Helder Manuel Oliveira

Pre-War
Premium
Sobre este assunto há diversas opiniões, e todas elas com as suas razões.
Claro que gosto de ver um clássico que nunca foi restaurado, com aquela patine dos anos e o seu cheiro característico.
Até gostava de ter um assim. Penso que quem gosta de clássicos também gostava.
Agora quanto aos restauros, pela experiência que tenho, são sempre de carros que já estavam completamente perdidos...
E aqui temos de ser realistas. Há peças que não se aproveitam e outras sim. Não estou a ver restaurar um carro com buracos na chapa, pintá-lo
e colocar os cromados que tinha todos ferrugentos por exemplo.
Também não vou ao parafuso nos meus restauros, mas os principais componentes que têm a ver com a segurança devem ser bem vistos. (direcção, travões, suspensão, etc).
Não acho que pegar numa carroceria com ferrugem e colocar um chassis e interior novo seja uma prática correcta. Para mim isso são devaneios...
 

Miguel Menezes

Sumybraga
Voltamos á velha rainha de garagem
Na minha opinião gosto de um restauro completo se assim o carrito precisar o mais original possível, claro dentro do tema que quisermos.
Pode ser uma perfeita réplica de um carro de rally por exemplo.
Agora fazer um carro todo novo e pôr uma carroçaria antiga só para chamar a atenção??? não contem comigo.
Pôr um carro como saiu e depois não poder usufruir dele e deixar apodrecer no meio da garagem? ,,, não coontem comigo
Ter um carro melhor que novo, como já vi anunciado, é de rir pois basta pôr a trabalhar e já foi tudo por água abaixo ... lá se foi o melhor que novo... para que serve isso?
Mas ter o gozo de fazer um restauro, o melhor possível, e poder usufruir, pelo menos ao fim-de-semana, aí sim ... experimentem é fantástico.
Mas estou de acordo que ter um carro com a patine original e não ter ou querer fazer nenhum trabalho de restauro pois não precisa ... isso sim gostava de ter essa oportunidade.
 

joaopneves

JPN.PT
Na minha opinião acho que o mais saudável, para o dono e até para a máquina, é mesmo a conciliação dos dois, a boa conservação é sempre bem vinda, mas nada dura para sempre e como tal há que haver algum cuidado e algum "restauro", mesmo que esse tal restauro seja feito a (muito) longo prazo, com questões do género "deixa-me ver se as lâmpadas estão todas boas", "deixa-me ver se os fechos têm todos oleo e se está tudo em ordem", entre outro tipo de coisas. É certo que para aqueles que possam gastar um pouco mais no seu carro estas tarefas se vão tornar muito mais simples. Para além disso, nestes casos basta apenas força de vontade, porque existem todas as outras condições. Posso dizer que conheço um senhor que sempre teve o mesmo carro, e comprou-o quando ainda era jovem, talvez com cerca de 25 anos (hoje em dia um jovem tira a carta aos 18 e aos 19 já tem um carro, mas as coisas nem sempre foram assim), novo, ao stand, e o carro apesar de ter já cerca de 270.000Km continua a andar diariamente mas precisando de algumas coisas, estetica e mecanicamente. Ainda assim, mesmo por falta da condição "dinheiro", o carro está muito bem estimado e muito mas muito bem cuidado, dentro daquilo que é possível. Tudo isto para dizer que por vezes "restauro" não tem de ser um trabalho a tempo inteiro durante três anos, num carro de um familiar já falecido. Por vezes a força de vontade para manter o seu meio de transporte "saudável" a todos os níveis é bem mais importante que ter um carro com 30 anos, restaurado ou muito bem estimado registado no ACP e com a chapa a dizer "Série Limitada: 1 de 5000".
 

Carlos Real

YoungTimer
Bom Dia!
Estou de acordo com algumas opiniões anteriores, não apreciando uma ou outra, que respeito. A minha é esta: O restauro de um clássico depende do ojectivo a alcançar.É para ganhar dinheiro com o comércio dos carros restaurados? É porque foi o 1º carro que conduzimos depois de tirar a carta? É porque era o carro que o avô e ou opai teve? Há muito mais motivos. O meu é porque adoro por a funcionar e preservar o que estava posto de lado, não só os carros, como outras antiguidades, por isso tenho uma oficina própia para efetuar as reparações: Mecanica, chapa e pintura. Nos meus restauros impera a originalidade, e as peças só serão trocadas por outras se não houver alguma solução. Prefiro por exemplo: ter um pára-choques original com o cromado menos brilhante e com um ou outro risco, uma ou outra moça, do que um novo, que por vezes é em inox polido, perdendo na minha modesta opinião o valor intrisico e histórico da viatura. A identidade de um carro restaurado está no mais próximo da totalidade de componentes e estrura originais, desde que o seu estado cumpra o mínimo de qualidade exigido. Vou seguir os comentários e poderão contar com a minha opinião. Não só sobre os restauros, mas também as inspeções anuais em centros normais, imposto unico de circulação para carros considerados de mercadorias, como os Land Rover, pick up'us etc..
Saudações clássicas aos participantes. Carlos Real Vila F. de Xira
 
É um debate interessante, no qual eu concordo com algumas das opiniões aqui explicadas/fundamentadas :cool:

Conservação Vs Restauro, admiro as duas, se bem que a conservação é a mais original e a que tem mais valor, independentemente do estado a que se encontra, claro está que a segurança do veiculo tem que estar assegurada, o restauro é mais um embelezamento para se poder mostrar até que ponto se pode chegar ao patamar da devida originalidade de fábrica e ideal para passeios ou encontros, pois eticamente os clássicos bem conservados mas com algumas mazelas da idade, não são muito bem vistos nas sociedades elitistas de clássicos pelo menos em Portugal, basta olhar para passeios/provas na maioria dos clubes antigos de automóveis clássicos.
Contudo cada um deve ter o seu clássico a gosto, mas que não altere com extras fora de época, caso contrário com o meu puro gosto refinado, não conta. :lol: :p ;)
 
Não podia estar mais de acordo com o amigo Eduardo e com mais alguns que por aqui passam e deixam a sua opinião. De facto isto dos restauros em Portugal foi como um Tsunami, consumiu-se tudo o que havia nas prateleiras para reconstruir o seu PóPó, não olhando aos custos nem á qualidade do material, se bem que isso até é de menor importância, pois o que interessa é que o carro esteja a brilhar e dê nas vistas ao Domingo.
Deixem-me que vos diga o que vi aqui á uns meses numa oficina, vi uma Kastenwagen a ser reparada, pois o dono queria fazer dela um biblô para pousar em cima dum móvel, como tal mandou-a ao jacto de areia e á metalização, nem uma ponta de tinta ficou e não tinha brõa, mas o chapeiro para endireitar aqueles paineis quase levava a Padouro á falência, depois meteu-lhe um sistema de travagem Porsche com discos ventilados FRT/TrZ e um motor tipo 4,(VW 411) e ouvi este comentário... está melhor do que quando saíu de fábrica! Haja bom senso.
Cumprimentos
 
Prefiro a conservação quando possivel!!

Prefiro um clássico a andar com as marcas do tempo, das "sortes ou azares" do que um clássico de exposição!

Recuperar para circular :)
 
Topo